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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Um dia a vida surgiu na terra.

Hebert de Sousa (Betinho)
“Um dia a vida surgiu na terra.
A terra tinha com a vida um cordão umbilical.
A vida e a terra.
A terra era grande e a vida pequena. Inicial.
A vida foi crescendo e a terra ficando menor, não pequena.
Cercada, a terra virou coisa de alguém, não de todos, não comum.
Virou a sorte de alguns e a desgraça de tantos.
Na história foi tema de revoltas, revoluções, transformações.
A terra e a cerca.
Muitas reformas se fizeram para dividir a terra, para
torná-la de muitos e, quem sabe, até de todas as pessoas.
Mas isso não aconteceu em todos os lugares.
A democracia esbarrou na cerca e se feriu nos seus arames farpados.
O mundo está evidentemente atrasado.
Onde se fez a reforma o progresso chegou.
Mas a verdade é que até agora a cerca venceu,
o que nasceu para todas as pessoas em poucas mãos ainda está.
No Brasil, a terra, também cercada, está no centro da história.
Os pedaços que foram democratizados custaram muito sangue, dor e sofrimento.
Virou poder de Portugal, dos coronéis, dos grandes grupos, virou privilégio, poder político, base da exclusão, força do apartheid.
Nas cidades, virou mansões e favelas.
Virou absurdo sem limites, tabu.
Mas é tanta, é tão grande, tão produtiva que a cerca treme, os limites se rompem, a história muda e ao longo do tempo o momento chega para pensar diferente:
a terra é bem planetário, não pode ser privilégio de ninguém;
é bem social, e não privado;
é patrimônio da humanidade,
e não arma do egoísmo particular de ninguém.
É para produzir, gerar alimentos, empregos, viver.
É bem de todos para todos.
Esse é o único destino possível para a terra.
Imagem e Texto: Ibase

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